26/08/2024

RIO GRANDE DO SUL ALCANÇARÁ PICO POPULACIONAL EM 2026 E ENFRENTARÁ DESAFIOS ECONÔMICOS E SOCIAIS, APONTA IBGE

O Rio Grande do Sul deve atingir sua população máxima em 2026, com 11.233.317 habitantes, segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Após esse pico, o número de habitantes começará a diminuir, chegando a 9.102.614 em 2070. Este fenômeno, que também ocorrerá em outras regiões do Brasil, apresenta desafios significativos para a economia e políticas públicas, segundo especialistas.

De acordo com o Censo Demográfico 2022, o Rio Grande do Sul possui atualmente 10.880.506 habitantes. No Brasil, são 203.062.512. O estudo demográfico do IBGE, que analisou dados desde 2000 até as projeções para 2070, destaca que a desaceleração do crescimento populacional se deve à queda nas taxas de fecundidade e nascimentos.

A redução na população gaúcha exigirá novas abordagens na economia e nas políticas públicas para evitar que o déficit populacional comprometa a qualidade de vida. Pedro Zuanazzi, diretor do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, ressalta que, com menos jovens na população, a produtividade deverá ser aumentada para sustentar o crescimento econômico.

Desafios Econômicos e Sociais

O impacto dessa mudança demográfica será sentido na dinâmica econômica do Estado. O economista Ely José de Mattos, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), prevê uma transformação no mercado de trabalho, que precisará se adaptar à redução da oferta de mão de obra jovem. "O mercado se tornará mais flexível com os trabalhadores mais velhos, mas há limites para essa flexibilidade", alerta Mattos.

Para manter o tamanho da população, a taxa de natalidade deveria ser de 2,1 filhos por mulher, número distante da realidade gaúcha, onde a taxa é de 1,5. Esse desafio já é enfrentado por países desenvolvidos, que têm implementado políticas para incentivar o aumento da natalidade.

Longo Prazo para Resultados

O professor Mattos enfatiza que, mesmo com políticas públicas eficientes, os efeitos seriam percebidos apenas a longo prazo, destacando que mudanças significativas nas áreas educacional e tecnológica levariam décadas para gerar resultados visíveis.

Envelhecimento Populacional

Outro aspecto crítico é o envelhecimento da população. A proporção de idosos no Rio Grande do Sul e no Brasil está em ascensão. De 2000 para 2023, a quantidade de pessoas com 60 anos ou mais quase duplicou no país, e em 2070, espera-se que 37,8% dos brasileiros tenham mais de 60 anos.

A expectativa de vida ao nascer no RS também deve aumentar, passando de 77,0 anos em 2023 para 84,0 anos em 2070. Isso, combinado com a redução na taxa de mortalidade infantil, que deve cair 66% até 2070, ressalta a necessidade de reestruturar as políticas públicas para atender a uma população mais envelhecida e com menos nascimentos.

As projeções do IBGE sugerem que o Rio Grande do Sul, assim como outras regiões, enfrentará mudanças profundas em sua estrutura social e econômica nas próximas décadas. Adaptar-se a essa nova realidade será essencial para garantir o bem-estar da população.

Saiba Mais:

Zero Hora

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