O governo do Rio Grande do Sul enfrenta resistência para avançar com a concessão das rodovias do Bloco 2, que liga o Norte do estado ao Vale do Taquari. Líderes regionais pressionam por ajustes na proposta apresentada em consulta pública no dia 21 e aguardam apoio do Palácio Piratini para incluir demandas locais no projeto.
O governador Eduardo Leite (PSDB) pretende aprovar a concessão ainda neste ano, com o início das obras previsto para 2026. O plano prevê investimentos de R$ 7,3 bilhões, incluindo a duplicação de 244 quilômetros e a construção de 103 quilômetros de terceiras faixas. As tarifas dos pedágios devem variar entre R$ 5 e R$ 10,3, com uma média de R$ 9,5 por praça.
Na última quarta-feira, o secretário de Parcerias e Concessões, Sidinei Brzuska, esteve em Nova Prata para ouvir prefeitos e representantes de entidades. Entre as reivindicações, destaca-se a exclusão de praças de pedágio no trecho entre Bento Gonçalves e Nova Prata. O prefeito de Nova Prata, Umberto Luiz Carnevalli, sugere que o governo substitua essas praças por investimentos diretos do Estado.
— Como se trata de uma concessão de 30 anos, o governo pode optar por aportes diretos em vez de novas praças. Também esperamos que o prazo da consulta pública seja prorrogado para um debate mais aprofundado — afirmou Grazziotin.
POSSÍVEIS AJUSTES EM DISCUSSÃO
O secretário adjunto de Reconstrução, Gabriel Fajardo, garantiu que a prorrogação do prazo está sendo analisada e será discutida com o governador.
— Os ajustes são fundamentais para garantir a adesão ao modelo proposto. Vamos avaliar as demandas e buscar a melhor solução para o projeto — disse Fajardo.
Além das preocupações com as tarifas, lideranças locais alertam para a necessidade de reforços na infraestrutura das rodovias da Serra e do Vale do Taquari, que sofreram danos severos durante as enchentes de 2023. Enquanto isso, a concessão do Bloco 1, que abrange a Região Metropolitana, segue em análise.