03/10/2024

DESAFIOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E O IMPACTO DA FALTA DE OPORTUNIDADES PARA JOVENS EM CAXIAS DO SUL

Aos 40 anos, Rudivan Amaral, morador do bairro Desvio Rizzo, vive uma realidade compartilhada por muitos trabalhadores da construção civil em Caxias do Sul. Natural de Campo Belo do Sul, em Santa Catarina, ele chegou à cidade há mais de 20 anos em busca de melhores oportunidades. Hoje, seu trabalho consiste principalmente em realizar calçamento, mas a oferta de serviços na área diminuiu consideravelmente ao longo dos anos.

“Antigamente tinha mais serviço na minha área, que é a da construção civil. No momento, faço calçamento. Hoje tem de procurar mais e aceitar o que aparece, mesmo que seja para trabalhar das 7h às 19h, e que o salário não seja muito bom”, contou Rudivan. Ele relata as dificuldades de se manter no mercado aos 40 anos, principalmente sem ter uma formação acadêmica que permita explorar outras áreas. "É sofrido, pra quem já chegou aos 40 anos, mas como não tive formação, também não tive outra opção."

Além dos desafios profissionais, Rudivan enfrenta questões pessoais relacionadas à educação e ao futuro de seus três filhos. Com dois meninos de 18 e 4 anos, e uma menina de 10, que vive com a avó devido ao espaço limitado do apartamento da família, ele sente na pele o peso da falta de políticas públicas voltadas para a qualificação de jovens. Recentemente, ele conseguiu pagar um curso de cabeleireiro para seu filho mais velho, investindo R$ 3 mil, mas acredita que o município deveria oferecer mais oportunidades acessíveis para a juventude. “Eu acho que o município deveria ter mais ofertas de cursos profissionalizantes para a juventude, e que não custasse tão caro para quem não tem condições.”

Ao longo dos anos trabalhando na construção civil, Rudivan também observou com preocupação o comportamento de crianças e adolescentes em seu bairro. Ele nota que muitos passam o tempo nas ruas, sem ocupação, envoltos em situações que, segundo ele, são reflexo da falta de atividades educacionais e de lazer. “Eu acho que criança e adolescente tem de estar na escola de manhã e ter outra ocupação à tarde, e isso que está faltando. A gente não pode levar o filho para brincar na praça com a tranquilidade de que ele não vai ver o que não deve.”

O depoimento de Rudivan Amaral revela uma realidade que reflete não só a sua vida pessoal, mas também o impacto da falta de oportunidades profissionais e educacionais em muitas famílias de Caxias do Sul.

Saiba Mais:

https://gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/politica/noticia/2024/10/a-cidade-que-a-gente-quer-antigamente-era-mais-facil-encontrar-servico-diz-morador-do-desvio-rizzo-cm1qtsuqj00o3014r7j7a7ewo.html

Compartilhar:

Receber novidades sobre o MobiCaxias

SUBIR