Arroio do Sal, município com 11,3 mil habitantes, localizado no litoral norte do Rio Grande do Sul, entre Capão da Canoa e Torres, poderá se tornar um polo logístico de grande importância no futuro. Além do Porto Meridional, cujas obras estão previstas para iniciar em 2026, a cidade é foco de dois projetos ferroviários estratégicos.
O primeiro projeto propõe a construção de uma linha de trem de 1.549 quilômetros que ligará o litoral norte gaúcho até Terra Roxa, no oeste do Paraná, município famoso pela produção têxtil e conhecido como a Capital Nacional da Moda Bebê. A ferrovia também deverá passar pelo oeste de Santa Catarina. A empresa sediada em Porto Alegre, está liderando a proposta, já tendo iniciado o processo para obter a outorga ferroviária junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Caso aprovada, a concessão para exploração da linha será válida por 99 anos.
Além dessa ferrovia, há um segundo projeto em estudo que propõe uma linha de trem ligando Arroio do Sal a Caxias do Sul, visando otimizar a logística na Serra Gaúcha. Este projeto conta com o apoio do Mobi Caxias do Sul e da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC). A ligação ferroviária com a Serra, especialmente com Caxias do Sul, é considerada um passo crucial para a campanha pelo Terminal Rodoferroviário de Vacaria, que integra o planejamento logístico estratégico da região.
Conforme Rogério Rodrigues, diretor-executivo do Mobi Caxias, o Terminal Rodoferroviário de Vacaria poderá receber diversos tipos de cargas, como aço, calcário, grãos e plásticos, além de ser fundamental para o transporte de produtos prontos para outras regiões do Brasil. Este terminal, somado ao futuro Aeroporto Regional da Serra Gaúcha, situado em Vila Oliva, e ao Porto Meridional, terá um impacto profundo na logística do Rio Grande do Sul.
Porém, enquanto novos projetos ferroviários aguardam aprovação, a malha ferroviária atual do Rio Grande do Sul enfrenta dificuldades. Após as enchentes que afetaram o estado, cerca de 800 quilômetros de trilhos precisarão de reparos, com custos estimados entre R$ 3 e R$ 4 bilhões. Atualmente, apenas a linha Cruz Alta-Vacaria-Porto de Rio Grande segue operando.
Apesar dos desafios logísticos, as expectativas sobre os empreendimentos futuros em Arroio do Sal são elevadas. Alex Sandro Maciel Justo, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Arroio do Sal, destaca que o município poderá alcançar o maior Produto Interno Bruto (PIB) do estado quando o porto estiver em pleno funcionamento, atraindo diversas empresas e promovendo o desenvolvimento econômico de toda a região.
Com relação ao Porto Meridional, a DTA Engenharia, responsável pelo projeto, está finalizando os estudos ambientais, que serão submetidos ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) até janeiro de 2025. Somente após a aprovação desses estudos as obras poderão começar, com previsão de início em 2026.
Com esses projetos, Arroio do Sal poderá se consolidar como um dos principais hubs logísticos do Brasil, interligando o litoral gaúcho ao Paraná e impulsionando o desenvolvimento de toda a região.
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